Quando se trata de prematuridade, é importante estar ciente dos problemas de saúde que podem afetar os bebês nascidos antes do tempo. Esses pequenos podem enfrentar uma série de desafios em seu desenvolvimento inicial, exigindo cuidados e atenção especializados.
Desde dificuldades respiratórias até problemas de alimentação e maior suscetibilidade a infecções, os prematuros podem precisar de um acompanhamento cuidadoso para garantir seu crescimento saudável.
Aprender sobre os problemas de saúde que seu bebê prematuro está enfrentando pode ajudá-la a entender os tratamentos e saber quais perguntas fazer aos médicos e enfermeiros. Aqui estão os problemas de saúde mais comuns que os bebês prematuros podem enfrentar.
O que veremos neste artigo sobre problemas de saúde do prematuro
Apnéia da Prematuridade
A apneia da prematuridade é um dos problemas de saúde que os pais de bebês prematuros internados na UTI neonatal podem vivenciar. Essa condição é caracterizada por pausas na respiração do bebê, geralmente acompanhadas por uma diminuição nos batimentos cardíacos( chamado bradicardia). É mais comum em prematuros devido à imaturidade do sistema neurológico no controle dos movimentos respiratórios.
Estima-se que cerca de 85% dos bebês prematuros com menos de 28 semanas de gestação e 50% dos bebês prematuros entre 28 e 32 semanas apresentem apneia. Embora possa ser assustador ver essas pausas respiratórias, é importante ressaltar que a apneia da prematuridade geralmente melhora à medida que o bebê se desenvolve e ganha maturidade.
Os bebês prematuros com apneia são frequentemente monitorados em unidades de terapia intensiva neonatal. Isso envolve o uso de monitores de frequência cardíaca e oximetria, que ajudam a detectar episódios de apneia e monitorar os níveis de oxigênio no sangue.
Em alguns casos, estimular suavemente o bebê por meio de toques ou movimentos pode ajudar a interromper os episódios de apneia. Colocar o bebê em uma posição adequada pode ser útil no tratamento da apneia neonatal. Por exemplo, posicionar o bebê de lado ou com a cabeça elevada pode facilitar a respiração e reduzir a ocorrência de episódios de apneia.
O CPAP é uma terapia que fornece uma pressão constante de ar através de um pequeno dispositivo nasal ou máscara. Essa pressão positiva ajuda a manter as vias respiratórias abertas durante a respiração, reduzindo os episódios de apneia.
Em casos mais graves de apneia neonatal, pode ser necessário o uso de ventilação mecânica. Isso envolve a conexão do bebê a um ventilador por meio de um tubo endotraqueal ou cânula nasal. O ventilador ajuda a fornecer uma ventilação adequada, assumindo o controle total ou parcial da respiração do bebê. Esse tratamento é geralmente reservado para casos mais graves de apneia ou quando outros métodos não são eficazes.Medicamentos também são usados para tratamento da apneia.
Icterícia
A icterícia neonatal é um dos problemas de saúde em que corre o amarelamento da pele e da parte branca dos olhos devido ao acúmulo de bilirrubina, uma substância produzida pelo organismo. Estima-se que cerca de 60% dos bebês prematuros apresentem icterícia, sendo mais prevalente nas primeiras semanas de vida. O diagnóstico é realizado por meio da avaliação clínica do médico e também por exames.
O tratamento da icterícia neonatal é realizado com fototerapia. Esse procedimento envolve a exposição do bebê à luz especial, que ajuda a quebrar a bilirrubina acumulada no organismo. A duração do tratamento pode variar de acordo com a gravidade da icterícia e os níveis de bilirrubina. No caso dos prematuros, eles são tratados com mais frequência do que os bebês a termo para prevenir uma condição chamada Kernicterus, quando a bilirrubina atinge valores altos, podendo causar danos cerebrais.
Síndrome do Desconforto Respiratório( SDR)
A Síndrome do Desconforto Respiratório é um dos problemas de saúde comum em bebês prematuros, afetando principalmente os pulmões em desenvolvimento. Estima-se que cerca de 50% dos bebês prematuros com menos de 28 semanas de gestação apresentem SDR. Essa condição ocorre devido à imaturidade dos pulmões, o que dificulta a produção de surfactante, uma substância essencial para manter os alvéolos pulmonares abertos durante a respiração. O diagnóstico da SDR é feito por meio de exames clínicos, como a avaliação dos sinais respiratórios do bebê e a análise da radiografia de tórax.
Uma das principais abordagens terapêuticas é a administração de surfactante exógeno, que ajuda a manter os pulmões inflados. Além disso, o bebê pode receber oxigênio por meio de cateter nasal , máscara. Em casos mais graves, a ventilação mecânica pode ser necessária, em que um respirador artificial auxilia na respiração do bebê.
É importante ressaltar que o tempo de recuperação da SDR varia de acordo com a gravidade do caso e a idade gestacional do bebê.
Refluxo gastroesofágico ( RGE)
O refluxo gastroesofágico é um dos problemas de saúde comum em bebês prematuros internados na UTI neonatal. O refluxo ocorre quando o conteúdo do estômago retorna para o esôfago, causando desconforto e regurgitação. Os reflexos de deglutição ainda em desenvolvimento, além do uso de sondas para alimentação podem contribuir para o refluxo.
O diagnóstico do refluxo gastroesofágico no bebê prematuro é feito por meio da avaliação clínica do médico. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames complementares, como o estudo contrastado do esôfago e do estômago, para obter mais informações sobre o funcionamento do sistema digestivo do bebê. O tratamento do refluxo gastroesofágico no bebê prematuro vai depender da intensidade dos sintomas.
Algumas medidas simples podem ajudar a reduzir o desconforto do bebê, como manter o bebê em posição vertical após as mamadas.Em casos mais graves, podem ser prescritos medicamentos que diminuem a produção de ácido estomacal ou fortalecem os músculos do esfíncter esofágico, além de ajustes na quantidade e intervalo das alimentações, assim como usar fórmulas específicas para minimizar o refluxo ( fórmulas extensamente hidrolisadas e de aminoácidos).
Hemorragia Intraventricular (HIV)
A Hemorragia Intraventricular (HIV) é um dos problemas de saúde que afeta os bebês prematuros, principalmente aqueles nascidos com menos de 32 semanas de gestação. Estatísticas mostram que a HIV ocorre em cerca de 25% a 30% dos bebês prematuros extremos, ou seja, com menos de 28 semanas de gestação.
A HIV ocorre devido à fragilidade dos vasos sanguíneos no cérebro imaturo do bebê, podendo resultar em sangramento nos ventrículos cerebrais. O diagnóstico da HIV é realizado por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia craniana, que pode detectar a presença de sangramento nos ventrículos.
O tratamento da HIV visa prevenir complicações e minimizar danos ao cérebro do bebê. Em casos leves, a condição pode se resolver por si só ao longo do tempo. No entanto, em casos mais graves, podem ser necessárias intervenções médicas. O tratamento pode incluir o monitoramento rigoroso dos sinais vitais do bebê, controle da pressão intracraniana, administração de medicamentos para estabilizar a pressão arterial e reduzir a inflamação, e, em alguns casos, drenagem do líquido cefalorraquidiano para aliviar a pressão no cérebro.O prognóstico pode variar de acordo com a gravidade do sangramento e o desenvolvimento cerebral do bebê.
Retinopatia da Prematuridade (ROP)
A Retinopatia da Prematuridade (ROP) é um dos problemas de saúde ocular que afeta bebês prematuros, especialmente aqueles nascidos antes de 32 semanas de gestação ou com peso muito baixo ao nascer.Essa condição ocorre devido à imaturidade dos vasos sanguíneos na retina do bebê, podendo levar ao crescimento anormal de vasos e até mesmo ao descolamento da retina. O diagnóstico da ROP é feito por meio de exames oftalmológicos especializados realizados por um oftalmologista pediátrico.
O tratamento da ROP varia de acordo com a gravidade da condição. Em casos mais leves, a ROP pode regredir espontaneamente sem necessitar de intervenção. No entanto, em casos mais avançados, pode ser necessário o tratamento com laser ou cirurgia para evitar a perda da visão. O objetivo do tratamento é direcionar o crescimento anormal dos vasos sanguíneos na retina e preservar a função visual do bebê. É importante ressaltar que o tratamento da ROP é individualizado, considerando o estágio da doença e as necessidades específicas de cada bebê prematuro.
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Persistência do Canal Arterial (PCA)
O canal arterial é uma estrutura normal no feto que conecta a artéria pulmonar à aorta e permite a circulação sanguínea enquanto o bebê está no útero. No entanto, em alguns casos, esse canal não se fecha adequadamente após o nascimento, resultando na PCA. O diagnóstico da PCA é geralmente feito por meio do Ecocardiograma, realizado pela equipe médica da UTI neonatal.
Em casos leves, a PCA pode se fechar espontaneamente à medida que o bebê cresce e se desenvolve. No entanto, em casos mais graves, pode ser necessário um tratamento médico ou até mesmo cirúrgico para fechar o canal. O objetivo do tratamento é melhorar a oxigenação do bebê e prevenir complicações associadas, como insuficiência cardíaca.
Displasia broncopulmonar (DBP)
A Displasia Broncopulmonar (DBP) é uma condição respiratória crônica que afeta bebês prematuros, especialmente aqueles que necessitaram de ventilação mecânica ou oxigênio suplementar por um longo período na UTI neonatal. A DBP ocorre devido à imaturidade dos pulmões e danos causados pela ventilação mecânica, levando a uma resposta inflamatória crônica nos tecidos pulmonares. O diagnóstico da DBP é geralmente feito por meio de exames de imagem pulmonar, como radiografias de tórax e tomografia computadorizada, juntamente com avaliação clínica realizada pela equipe médica.
O tratamento da DBP visa melhorar a função pulmonar e minimizar os sintomas respiratórios. A equipe médica da UTI neonatal pode recomendar estratégias como o uso de oxigênio suplementar, medicações para abrir as vias aéreas, fisioterapia respiratória e suporte nutricional adequado.
Enterocolite Necrosante (ECN)
A Enterocolite Necrosante (ECN) é um dos problemas de saúde grave que pode afetar bebês prematuros na UTI neonatal. É uma condição em que o intestino do bebê fica inflamado e pode levar à necrose (morte do tecido intestinal). Estatísticas mostram que a ECN ocorre em cerca de 7 a 12% dos bebês prematuros com menos de 32 semanas de gestação. O diagnóstico da ECN é geralmente feito por meio de exames clínicos, como a observação de sintomas como distensão abdominal, presença de sangue nas fezes e intolerância alimentar.
Em casos leves, o tratamento pode incluir a interrupção da alimentação por via oral e a administração de antibióticos para combater possíveis infecções. Para casos mais graves, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para remover partes do intestino danificadas.
Sepse
A Sepse Neonatal é uma infecção grave que pode afetar bebês prematuros na UTI neonatal. Estatísticas mostram que a sepse é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em recém-nascidos prematuros. Ela ocorre quando bactérias ou outros patógenos invadem o sistema sanguíneo do bebê, desencadeando uma resposta inflamatória em todo o corpo. O diagnóstico da sepse neonatal envolve exames de sangue e culturas para identificar a presença de bactérias ou outros micro-organismos causadores da infecção.
O tratamento da Sepse Neonatal é realizado com o uso de antibióticos específicos para combater a infecção. Os medicamentos são administrados por via intravenosa e a escolha do antibiótico dependerá dos resultados dos exames e da suscetibilidade aos medicamentos. Além disso, o suporte vital também é essencial.
Palavra da Equipe Vida Prematura
“O objetivo deste blog é fornecer informações úteis e esclarecedoras sobre diversos temas relacionados à prematuridade. É importante ressaltar que o conteúdo aqui apresentado não substitui a consulta e o acompanhamento de profissionais médicos especializados.
Cada caso é único, e as informações compartilhadas aqui devem ser consideradas como complementares e não como diagnóstico ou tratamento médico. Sempre recomendamos que você consulte o pediatra ou médico responsável pelo cuidado do seu bebê prematuro para obter orientações personalizadas e adequadas à situação específica.
Estamos aqui para fornecer suporte e informações confiáveis, mas a segurança e a saúde do seu bebê devem ser sempre prioridade. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e recomendações de tratamento apropriadas. Estamos aqui para apoiá-lo nesta jornada única e desafiadora da prematuridade. Conte conosco!”
Nossa estou me sentindo acolhida !!! A prematuridade realmente um desafio! Quando leio esses conteúdos me sinto mais segura quanto a prematuridade do meu bebê !
Fico muito grato pela confiança!