Nos últimos anos, grandes mudanças aconteceram na assistência perinatal, que embora tenham elevado muito a possibilidade de sobrevivência( viabilidade) de recém-nascidos cada vez mais imaturos e com patologias muito graves, também foram acompanhadas pelo surgimento de novos desafios, principalmente quando se discute viabilidade e decisão sobre continuidade e intensidade de tratamento, em especial aos paciente muito doentes ou com maior potencial de apresentar sequelas neurológicas graves.
Aliado a isso, a evolução tecnológica associada ao desenvolvimento de unidade de tratamento intensivo neonatal torna estas tomadas de decisão um momento desafiador.
O que veremos neste artigo
Idade de Viabilidade
De acordo com a literatura médica, a viabilidade fetal refere-se à capacidade do feto em sobreviver fora do útero materno. Em geral, considera-se que a viabilidade fetal ocorre à partir das 24 semanas de gestação, uma vez que nessa idade gestacional a taxa de sobrevida dos bebês é em torno de 50%, aproximadamente, principalmente em locais com boa infraestrutura médica. Entretanto, é importante ressaltar que a viabilidade fetal depende de diversos fatores, como a saúde materna, a presença de condições médicas específicas e disponibilidade de tecnologias avançadas para cuidados neonatais intensivos.
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Entre 23 e 24 semanas
Os RN com idade gestacional próxima a 23 semanas apresentam prognóstico muito mais reservado mesmo em mãos mais experientes. Ou seja, as medidas serão mais extremas, como ventilação mecânica prolongada e uso de dispositivos invasivos e longa permanência de internação em UTI neonatal. A taxa de sobrevida varia de 10 a 50% neste intervalo de semana. Entre os sobreviventes, cerca de 20 a 35% dos RN evoluem com seqüelas, que serão citadas logo a seguir.
Efeitos da prematuridade
Outra questão muito importante também é pensar nas complicações que comprometem a qualidade de vida do bebê prematuro, especialmente o prematuro extremo, que é um ponto preocupante. Algumas destas complicações se relacionam diretamente com as menores idades gestacionais, como por exemplo situações agudas e crônicas, tais como:
Hemorragia intraventricular: que é sangramento em áreas específicas do cérebro do prematuro em decorrência das características da formação do tecido cerebral e dos vasos sanguíneos da região.
Enterocolite necrosante: É uma doença que predomina nos prematuros em especial nos prematuros de muito baixo peso, que se apresenta com inflamação e necrose intestinal, podendo evoluir para perfuração.
Doenças crônicas que podem afetar os pulmões, coração, provocar dificuldades alimentares, aumentar risco para infecções e síndrome da morte súbita infantil.
Deficiência visual grave
Deficiência auditiva
Paralisia cerebral: que resulta de lesão ao alteração estrutural cerebral.
Atraso no desenvolvimento cognitivo, que pode atrapalhar a evolução intelectual da criança.
Atrasos no desenvolvimento motor : bebês prematuros geralmente atingem marcos do desenvolvimento mais tarde e têm crescimento mais lento.
Dificuldades de aprendizagem : estas crianças geralmente têm dificuldades de aprendizagem.
Condições de saúde mental : o nascimento prematuro está associado a maiores taxas de problemas sociais/emocionais, como ansiedade, problemas comportamentais e depressão.
Dúvidas que podem ser tiradas com os profissionais
Caso você tenha um bebê prematuro extremo, é interessante que existam conversas com os profissionais que vão cuidar de seu bebê, no sentido de tomada de decisões sobre que tipo de abordagem será feita. No entanto, esta não é uma situação fácil de vivenciar, mas necessária. Devem ser considerados esses problemas antes que eles aconteçam , de forma que haja oportunidade de fazer todos os questionamentos e pensar sobre essas decisões difíceis antes que elas precisem ser tomadas.
Palavra da Equipe Vida Prematura
“O objetivo deste blog é fornecer informações úteis e esclarecedoras sobre diversos temas relacionados à prematuridade. É importante ressaltar que o conteúdo aqui apresentado não substitui a consulta e o acompanhamento de profissionais médicos especializados.
Cada caso é único, e as informações compartilhadas aqui devem ser consideradas como complementares e não como diagnóstico ou tratamento médico. Sempre recomendamos que você consulte o pediatra ou médico responsável pelo cuidado do seu bebê prematuro para obter orientações personalizadas e adequadas à situação específica.
Estamos aqui para fornecer suporte e informações confiáveis, mas a segurança e a saúde do seu bebê devem ser sempre prioridade. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e recomendações de tratamento apropriadas. Estamos aqui para apoiá-lo nesta jornada única e desafiadora da prematuridade. Conte conosco!”